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Foto: Antonio Eugenio Cardoso Almeida

Antonio Eugenio Cardoso Almeida

Antonio Eugenio de Almeida é baiano, graduado em farmácia, doutor em vigilância sanitária e chefe do setor de vacinas contra Hib do Incqs. Premiado em 2005 como a melhor tese de doutorado em área multidisciplinar, estuda a situação da doença no Brasil antes e depois da inclusão da vacina no calendário obrigatório do SUS.

Há quanto tempo está na Fiocruz? 
Entrei aqui em 1983, portanto já são mais de 25 anos de história na instituição. 

Qual a sua formação? 
Sou graduado em Farmácia pela UFBA, com mestrado em Microbiologia pela UFRJ, e fui da primeira turma de doutorado do INCQS em Vigilância Sanitária, em 2001. 

Quais atividades você desenvolve no INCQS? 
Sou chefe do Setor de vacinas contra Hib - Haemophilus influenzae b - que é uma bactéria causadora de doenças principalmente em crianças. Pode causar septicemia, meningite, otite, artrite séptica podendo levar a morte ou a seqüelas graves. A vacina contra essa bactéria foi incluída entre as vacinas obrigatórias em 1999. Desde então nós fazemos, além dos ensaios de controle da qualidade nos lotes utilizados pelo Ministério da Saúde, um trabalho de análise epidemiológica, fazendo um acompanhamento da situação dessa doença no Brasil após a aplicação em massa da vacina, através de isolados de casos clínicos. Atualmente somos um dos poucos laboratórios do país capaz de confirmar o diagnóstico de infecção pela bactéria. 

Quais são os maiores desafios no seu trabalho? 
Nesse acompanhamento que fazemos da doença já encontramos uma tendência de mudança de perfil da ação dessa bactéria. Isso porque a vacina previne contra um tipo específico, o tipo b, que era o mais comum e mais letal, mas nós observamos uma tendência de crescimento de infecção por outros tipos da bactéria que não são cobertos pela vacina. Também observamos o crescimento da infecção em pessoas mais velhas, como adultos jovens e idosos, que não foram imunizados. Não é nada alarmante, apenas uma tendência que precisa ser melhor estudada, e esse é justamente o maior desafio. Cultivar essas bactérias em laboratório, pelas suas exigências metabólicas, encarece as análises. Muitos profissionais da saúde, erroneamente, consideram essas doenças causadas pelo Hib praticamente erradicadas, daí não investigá-las mais. São poucos os casos clínicos que se pode estudar. É muito freqüente médicos tratarem a doença como uma infecção bacteriana qualquer, com antibióticos, o que acaba mascarando diagnósticos, fazendo com que esses casos não sejam encaminhados para estudo. Isso dificulta o trabalho de vigilância epidemiológica da doença, nós não conseguimos ter um panorama muito claro da situação. Seria preciso estimular os médicos e hospitais a comunicar todos os casos suspeitos aos laboratórios de referência, como também alertar aos laboratórios clínicos em geral e até se necessário, promover cursos básicos.

Fale sobre o prêmio que você ganhou em 2005. 
Eu ganhei o premio da Capes de teses em 2005 de melhor tese de doutorado em área multidisciplinar, pelo meu doutorado em Vigilância Sanitária no INCQS. A premiação foi em 2006, pelo trabalho finalizado no ano anterior. A tese 
compara a situação da doença antes e depois da aplicação massiva da vacina anti-Hib, que é o trabalho que desenvolvo até hoje na Fiocruz. 

Você já fez cursos de capacitação pela instituição?
Como já disse, fui da primeira turma de doutorado em vigilância sanitária do INCQS, de 2001 a 2005. Além disso, já fui, pela instituição, fazer treinamentos em centros de referência em Frankfurt, Washington e Cuba. 

O que representa a Fiocruz para você? 
A Fiocruz é antes de tudo um orgulho. Uma instituição que admiro muito pela grandeza frente ao mundo científico, a saúde pública, e que dá muitas oportunidades aos profissionais. Tenho orgulho de trabalhar numa instituição 
voltada também para a área social, sempre trabalhando com a comunidade, com a inclusão. Acho que a Fiocruz deveria ampliar esse papel, buscando incluir e formar excluídos, como deficientes motores e pré-adolescentes carentes, em cursos, por exemplo, de auxiliar-técnico de Controle da Qualidade e muitos outros. Para finalizar este papo tenho um antigo e sonhado projeto. Desenvolver um trabalho na linha que estudo, com tribos indígenas brasileiras, que seria inédito no mundo.
Entrevista publicada em 09.06.2009 - Foto: Arquivo Pessoal

Comentários (1)

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Sem foto em 15.06.2009 às 17:49

Ele não comentou que foi responsável pelo Departamento de Microbiologia do INCQS durante 8 anos com dedicação e suplemacia. Além disso, uma pessoa com tamanha humildade e supremacia. Veste a camisa da Instituição em qualquer lugar de está, seja no Brasil ou no Exterior. Extremamente responsável. Com isso, foi candidato a Diretor do Instituto ficando em segundo lugar na eleição e, sem contar que sempre que candidato foi, elegeu-se ao CD da Unidade.

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