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Foto: Bernardo Galvão

Bernardo Galvão

Doutor em Medicina pela Universidade de Genebra, Bernardo Galvão foi um dos responsáveis pelo isolamento do vírus HIV no Brasil. Nessa entrevista, o vice-diretor de Ensino e Informação do Centro de Pesquisa Gonçalo Muniz (CPqGM) fala um pouco de sua contribuição para implantar a triagem do HIV nos bancos de sangue brasileiros.

Qual a sua formação?
Médico, formado pela Faculdade de Medicina da UFBA, em 1969. Fiz residência em patologia, pelo Hospital Universitário Professor Edgar Santos, da UFBA, de 1970 a 1971.
Fiz mestrado em patologia humana, pela UFBA, de 1972 a 1974; e doutorado em Medicina, pela Universidade de Genebra, na Suíça, de 1975 a 1977.

Há quanto tempo trabalha na Fiocruz?
Desde dezembro de 1977.

Quais os desafios de ser vice-diretor de Ensino e Informação do CPqGM?
O principal desafio foi estruturar uma coordenação de ensino sólida que possibilite a continuação das ações do projeto pedagógico da Fiocruz.

O que representou o isolamento do vírus HIV para a ciência brasileira?

Em 1987, o HIV foi isolado, pela primeira vez, no Brasil e na América Latina, por um grupo de pesquisadores do Departamento de Imunologia do IOC. Este fato culminou em uma série de pesquisas, iniciada por este departamento em 1982, e contribuiu para a implantação da triagem do HIV nos bancos de sangue, um melhor entendimento da epidemia, origem e disseminação do HIV no País e para a melhoria das condições laboratoriais para o trabalho com patógenos. Os trabalhos científicos resultantes do isolamento e caracterização do HIV no Brasil deram visibilidade às pesquisas em HIV/AIDS no País e, sobretudo, à pesquisa básica.

Fale sobre a implantação do Centro de Imunologia Parasitária na Fiocruz.
O Centro foi implantado em 1981, por meio de um projeto financiado em cerca de um milhão de dólares norte-americanos, pelo Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), da Organização Mundial de Saúde (OMS). A partir deste Centro, foi criado o Departamento de Imunologia do IOC, que tornou-se um dos mais produtivos da Fiocruz e foi designado como Centro Colaborador da OMS e da Organização Pan-Americana de Saúde (PAHO) para Pesquisa e Treinamento em Imunologia de Doenças Parasitárias. Concomitantemente a este projeto, foi realizado um "Curso Internacional sobre Gene e Antígenos Parasitários", coordenado pelo Departamento de Biologia Molecular.

O que representaram o projeto e o curso para a Fiocruz?
Segundo Carlos Morel (ex-presidente da Fiocruz), "os dois projetos foram de importância fundamental para reconstrução da Fiocruz no final da década de oitenta do século passado. Eles foram fundamentais para obter suporte internacional em áreas-chaves da ciência".

Quais as suas metas na instituição?
A infecção causada pelo HTLV-1 é um sério problema de saúde no Brasil, particularmente, em Salvador. Em 2002, foi implantado, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, o Centro Integrativo e Multidisciplinar para o Atendimento dos indivíduos infectados pelo HTLV (CHTLV), em convênio com a Fiocruz. A criação deste Centro contou com o apoio da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e teve como objetivo prestar atendimento integrado e multidisciplinar. O atendimento envolve desde o diagnóstico laboratorial com testes sorológicos de triagem e confirmatório, os acompanhamentos médicos, fisioterápicos, da terapia ocupacional e apoio psicológico dos pacientes, até o aconselhamento dos familiares e cônjuges. Já foram matriculados no Centro 941 pacientes.
Além destas atividades, o CHTLV é um excelente campo para pesquisas e ensino. Pretendo, a partir de 2009, me dedicar integralmente aos trabalhos realizados no CHTLV.

Quais as experiências mais significativas em sua trajetória na Fundação?
Implantar o Centro de Imunologia Parasitária. Quando fui contratado pela Fiocruz, em 1977, tinha 33 anos, fomos agregando pessoas, mas a responsabilidade e o desafio de coordenar um projeto de cerca de um milhão de dólares era muito grande. Felizmente, conseguimos alcançar as metas estabelecidas. Outro fato importante foi participar da implantação da triagem do HIV nos bancos de sangue da rede estatal.

Cite alguns trabalhos publicados.
Genetic Variability of Human. Immunodeficiency Virus-1 in Bahia State, Northeast, Brazil: High diversity of HIV genotypes, in Journal Medical Virology in press of Monteiro J, P; Alcântara LC, J; Oliveira, T; Oliveira, AM; Melo, MAG; Brites, C; Galvão-Castro, B.

The close relationship between South African and Latin American HTLV type 1 strains corroborated in a molecular study of the HTLV type isolates from a blood donor cohort. Publicado in journal AIDS Research and Human Retroviruses (Jornal Pesquisa da AIDS e retrovírus humanos), in v. 23, p. 503-507, 2007. Mota AC; Van Dooren S; Fernandes FM; Pereira SA; Queiroz AT; Gallazzi VO; Vandamme AM; Galvão-Castro, B; Alcantara LC.

Tracing the origin of Brazilian HTLV-1 as determined by analysis of host and viral genes. Publicado in AIDS, v. 20, n. 5, p. 780-782, 2006. Alcantara LCJ; Oliveira T; Gordon M; Pybus OG; Mascarenhas RE; Magda O. Seixas; Gonçalves MS; Carol Hlela; Cassol S; Galvão-Castro, B.

O que é a Fiocruz para você?

A Fiocruz é a principal instituição de pesquisa, ensino e produção na América Latina. Fazer parte desta instituição é uma grande honra. Entrevista publicada em 01.12.2008 - Foto: Sindimed

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