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Foto: Rosa Mitre

Rosa Mitre

A terapeuta ocupacional Rosa Mitre coordena, desde 2000, o Programa Saúde e Brincar, de atenção integral à criança hospitalizada do Instituto Fernandes Figueira (IFF). Ela ainda é pesquisadora do Departamento de Pediatria do IFF e coordena a Comissão de Humanização do Instituto, entre outras atividades.

Há quanto tempo atua na Fiocruz?
Desde fevereiro de 1996, mas era cedida pela Fundação Municipal de Saúde de Niterói ao IFF (por escolha minha) para trabalhar no Saúde e Brincar. Em 2006, fiz o concurso para pesquisadora e desde então sou servidora.
 
Sempre na área de pesquisa do IFF?
Desde que cheguei estou no Saúde e Brincar, que realiza assistência, ensino e pesquisa. Mas passei a atuar mais diretamente na pesquisa em 1998, quando ingressei no mestrado e no ensino e quando já estava no doutorado em 2003. Além disso, participo da Comissão de Humanização do IFF, como coordenadora, e do grupo de cuidados paliativos pediátricos.

Qual a sua formação?
Sou terapeuta ocupacional, com especialização em psicopedagogia e mestre e doutora em ciências – saúde da criança e da mulher pelo IFF/Fiocruz.

Em quais projetos de pesquisa está envolvida?
O projeto no qual estou mais diretamente envolvida é o "Grupo de acolhimento e preparação de crianças em processo cirúrgico", relacionado a uma bolsa Tec-Tec, de Bianca Lopes de Souza. Além deste, oriento alguns projetos de pesquisa ligados a alunos do mestrado. Minha linha é ligada ao grupo de pesquisa coordenado pelo professor Dr. Romeu Gomes, "Aspectos sócio-culturais do processo saúde-doença", e está ligada aos temas de humanização, correlações entre o brincar e a saúde, além de cuidados paliativos.

Fale sobre o Programa Saúde e Brincar, do IFF.
O Saúde e Brincar foi criado em 1994, pela Dra. Eliza Santa Roza, com o objetivo de diminuir o impacto da experiência do adoecimento e da hospitalização na infância, tendo o brincar como recurso. Suas principais características são utilizar o brincar livre e espontâneo como instrumento de intervenção; ser interdisciplinar; realizar assistência-ensino-pesquisa na área de saúde da criança e suas interfaces; transformar os espaços hospitalares com a montagem de espaços de brincadeiras. Visa não somente à criança, mas às relações estabelecidas entre ela, acompanhante e equipe de saúde, uma vez que interferem no processo de adoecimento e no curso do tratamento.

O Programa tem outros objetivos?
Sim. Entre eles estão fornecer material prático e teórico para a construção de um novo modelo de atenção à saúde da criança, que contemple os aspectos psíquicos, sociais e culturais da criança hospitalizada e os inclua no diagnóstico e na programação terapêutica; criar um campo de formação para alunos interessados na área de saúde da criança e seus diversos temas (atualmente, temos oito estagiários das áreas de psicologia, terapia ocupacional e educação física). O Saúde e Brincar atende nas enfermarias de pediatria, doenças infecciosas pediátricas (DIPe); cirurgia pediátrica; Unidade de Pacientes Graves (UPG) e Unidade Intermediária (UI), além dos ambulatórios de pediatria, cirurgia pediátrica e adolescentes. Atualmente, nossa equipe é formada por quatro profissionais: eu, Martha Moreira (pesquisadora), Ana Helena Soares (pesquisadora) e Bianca Souza (bolsista).

Quais os principais desafios em coordenar um programa como esse?
O maior desafio é poder mostrar que este tipo de intervenção é fundamental para a criança e subverte a hierarquia e a cultura hospitalar tradicional, entretanto não é menos sério ou fundamentado do que qualquer outro tipo de intervenção. Logo, para que o Programa possa ser mantido sempre com a mesma qualidade e expandido para outros setores do hospital, é necessário manter uma equipe altamente especializada. Para isto, precisamos ter mais servidores, abrindo vagas específicas para este trabalho. Conciliar as atividades de assistência, ensino e pesquisa não é nada fácil, principalmente com uma equipe tão pequena para tantas demandas, mas fascinante.

Como é trabalhar com essas crianças em tratamento?
Minha profissão, e seu exercício, é para mim uma maneira de estar no mundo. Não a dissocio de meu pensar, sentir e agir. Apesar de toda a formação teórica, antes de tudo, trata-se de uma escolha repleta de paixão. Tenho uma relação de interação constante, construindo minha identidade profissional na relação com cada parceiro de jornada: usuários, acompanhantes, alunos, professores, estagiários, colegas, chefias. As crianças e suas famílias, diria que são a parte mais fascinante do trabalho, sempre me surpreendem. Cada um tem uma história peculiar, muitos têm uma longa trajetória de internações ou tratamentos e posso dizer que me ensinam todo o tempo. Sem dúvida, não é fácil ou simples lidar com tantos dramas e situações limites, principalmente relacionados a crianças, mas o fato de trabalhar em equipe é fundamental, o grande diferencial. O trabalho não é meu, é nosso, pois me respalda e permite diferentes olhares.

Quais suas metas na Fundação?
Conseguir me dedicar cada vez mais à pesquisa, sem abrir mão do contato com a assistência, desenvolver novos projetos e realizar meu trabalho tendo apoio e parceria.

Tem trabalhos publicados?
Sim. Além de alguns artigos, capítulos de livros, como Atenção Primária numa Unidade Terciária de Saúde (in IV Congresso Brasileiro Integrado de Pediatria Ambulatorial, Saúde Escolar e Cuidados Primários, 2002, Cuiabá. Somape - Sociedade Matogrossense de Pediatria, 2002. v. único. p. 80-80).

O que é a Fiocruz para você?
Uma instituição séria, com compromisso de ser referência e de realizar um trabalho de qualidade.  Entrevista publicada em 26.11.2008 - Foto: Arquivo pessoal

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