Sou médica, com residência em Medicina Geral e Comunitária e Mestrado em Vigilância em Saúde e Avaliação de Programas de Controle de Processos Endêmicos.

Trabalho na Fiocruz há 21 anos, entrei em 1986, particularmente na área de assistência de pediatria e HIV/Aids. Tenho tido experiências relacionadas ao ensino e pesquisa de modelos assistenciais.

A senhora é uma pessoa completamente comprometida com a comunidade. Criou e coordena o Núcleo de DST/AIDS do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria - CSEGSF. Quando começou este trabalho e como funciona?  

O trabalho com Aids começou em 1996, com a organização do Núcleo (constituído como equipe multiprofissional) e favorecido (na época) por uma bolsa de pesquisa da Fundação MacArthur (para desenvolvimento de um modelo assistencial para gestantes HIV+). É inegável a contribuição da saúde para a qualidade de vida das comunidades, e por isso, mais do que oferecer assistência clínica de qualidade, os serviços de saúde, particularmente os públicos, precisam rever sua atuação e potencializar outros setores da vida pública para verdadeiramente alterar as condições de vida. Com base nos princípios da Promoção da Saúde, em especial a reorientação dos serviços, o Núcleo de DST/AIDS vem esboçando algumas iniciativas dirigidas aos portadores de HIV no bairro de Manguinhos, relacionadas aos direitos, geração de renda, cidadania, prevenção.

O que almejo para a Saúde Pública é que ela, antes de mais nada, continue 'pública', prestigiada (pois há muita coisa e gente boa) igualitária, justa e acessível. Que façamos o avanço da ciência estar disponível aos cidadãos.