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Foto: Fabíola Mairynk

Fabíola Mairynk

A bióloga Fabíola Mairynk fez parte do projeto de criação do Museu da Vida, ainda no ano de 1994. Com a inauguração do museu em 1999, foi a responsável pelo Espaço Biodescoberta, onde esteve até 2006. Bolsista, colaboradora, e depois servidora, nesta entrevista Fabíola fala sobre seu trabalho e sua trajetória na Fiocruz.

Qual a sua formação?

Eu sou bióloga, com especialização em biotecnologia e educação ambiental.

Há quanto tempo você está na Fiocruz?

Entrei aqui como bolsista em 1994, como uma das primeiras bolsistas do projeto do Museu da Vida, que ainda estava no papel. Fiz parte do grupo que implementou o museu, principalmente o Espaço Biodescoberta. 

Em quais setores do Museu você já atuou?

Eu comecei no Espaço Biodescoberta. Fiz parte de toda a elaboração do projeto e depois, quando o museu foi inaugurado em 1999, fui gerente do Espaço, cargo que ocupei até 2006.  Era muito interessante. Eu tinha uma visão meio “síndica”, pois você tem que cuidar do espaço físico, dos equipamentos, além de treinar os monitores para a aplicação adequada dos conceitos e conteúdos. 

Depois passei por outros setores e hoje estou aqui na Seção de Operação Técnica (Sot), que é responsável por dar subsídios para que todas as áreas do museu funcionem bem. Nós trabalhamos na integração entre as áreas para buscar soluções para as partes físicas. 

Quais os desafios do seu trabalho no Sot?

Primeiramente,  tem as dificuldades normais do serviço público. Nós temos o desafio não só de manter o local, mas buscar soluções criativas para que tudo funcione bem. Aqui eu trabalho também com um arquiteto. 

Quem vem ao museu não tem idéia de quantas lâmpadas são queimadas, dos módulos que quebram.... Eu costumo dizer que quando ninguém sabe que a gente existe, é porque estamos trabalhando bem.

Você já trabalhou diretamente com a capacitação dos monitores. Como foi esta experiência?

O nosso curso de formação de monitores atende a cerca de 50 estudantes de nível médio, que moram ou estudam no entorno da Fiocruz. É muito interessante proporcionar a eles esta integração entre as várias matérias que eles têm na sala de aula. Aqui nós temos a biologia misturada com a física por exemplo. Eu diria que os monitores são nosso público especial, pois temos um contato mais prolongado com eles, ao contrário dos visitantes que só passam algumas horas aqui. 

Na sua opinião, qual a importância de um espaço como o Museu da Vida para crianças e adolescentes que visitam e fazem o curso de monitoria?

O que me fascinou quando entrei foi a possibilidade desta sensibilização, o que fazemos com os monitores principalmente. Você não tem aquela cobrança do ensino formal, mas atende pelo prazer, pela curiosidade, fazendo várias abordagens, como a abordagem sensorial que fazemos na célula em escala, onde as crianças podem entrar dentro dela e aprender de uma maneira muito diferente do ensino formal. Temos a microscopia, onde podemos abordar vários temas diferentes sobre a siência. Até hoje isso me fascina. Fico imaginando se eu tivesse visto isso aos 10 anos de idade. É muito interessante fazer estes jovens despertarem para a ciência.

Os estudantes de nível médio que fazem o curso de monitoria costumam voltar como estagiários de nível superior?

Sim. Eu me lembro de uma menina que foi da primeira turma do curso, depois voltou como estagiária de biologia. Aqui nós sempre estimulamos os monitores a estudar, a fazer uma faculdade. Você vê claramente como eles despertam. No começo eles estranham, mas depois gostam muito. Pelo contato que eles têm com a equipe, que é multidisciplinar, são estimulados a fazer biologia, história, psciologia...


E qual a importância do Museu para a divulgação da ciência?

É a importância de divulgar a ciência básica, o nome da Fiocruz e também a saúde num sentido mais abrangente, mais do que o “não estar doente”, a saúde como o bem estar, a felicidade e tantos outros aspectos. Com o Museu e eventos como o “Fiocruz pra Você”, a instituição dá um retorno à sociedade, presta contas sobre o que se faz aqui dentro com o dinheiro público. É importante para a própria valorização da instituição, se fazer conhecer e buscar o reconhecimento do público. 

A nossa responsabilidade aqui no Museu é grande, pois quando falamos com o visitante, não sou eu que estou falando, mas a Fiocruz. É normal o público vir para o Museu para brincar, acabar conhecendo melhor a instituição e daqui a pouco já estão pedindo para ver os laboratórios por exemplo. 


O que representa a Fiocruz para você?

Eu tenho uma grande experiência no setor privado, e quando fui entrar aqui em 1994, tive que escolher trabalhar numa empresa de produção de medicamentos ou o projeto do museu, de trabalhar com o público e divulgar o conhecimento. Eu fui muito feliz na minha escolha. Aqui eu me sinto confortável, estimulada para trabalhar, estudar, sempre em prol da população. Acho que aqui na Fiocruz todos trabalham pela instituição, mas sempre pensando no retorno à população. 

Nós temos produção de medicamentos, pesquisas, desenvolvimento de experiências de gestão, divulgação... São várias formas de inserção na sociedade. É muito interessante esta idéia de agir em vários setores. Além disso, tem esta inspiração democrática da instituição, em que todos participam das decisões. É algo que nos ajuda aqui dentro e também lá fora, na nossa relação com a cidade, com o espaço público. 

Aqui dentro eu tenho uma relação melhor que todas as outras relações de trabalho que já tive antes, na produção de medicamentos, dando aulas, qualquer outro lugar que já trabalhei. 

Entrevista publicada em 18.06.2010 - Foto: Comunicação/Direh

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