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Foto: Jaime Benchimol

Jaime Benchimol

O editor científico da revista História Ciências, Saúde – Manguinhos, uma das principais publicações na área, está na Fiocruz desde a criação da Casa de Oswaldo Cruz, em 1986. Nesta entrevista Jaime Benchimol fala sobre a importância do trabalho interdisciplinar entre as ciências humanas e as ciências da saúde.

Há quanto tempo você está aqui na Fiocruz?

Estou aqui desde a criação da Casa de Oswaldo Cruz, em 1986. 

Qual a sua formação?

Sou formado em História pela UFF, tenho mestrado em Planejamento Urbano e  Regional, especialização em restauração de monumentos históricos e doutorado em História. 

Você sempre atuou na COC. Antes de entrar na Fiocruz, onde você trabalhou?

Em diversos lugares. Dei aulas em escolas do estado, do município, trabalhei no arquivo da cidade, entre outras coisas. 

Como foi participar do nascimento da sua unidade?

No começo fazíamos um pouco de tudo, atuando no Museu, dando aulas, sempre com muitas dificuldades. Depois foram surgindo os departamentos, a unidade cresceu e se afirmou.. Antes da criação da unidade praticamente não existia essa ligação entre ciências humanas e as ciências da saúde no país. A COC foi uma alavanca para o crescimento dessa interdisciplinaridade no Brasil. 

Quais atividades você desenvolve atualmente?

Eu pesquiso a História da Medicina Tropical, dou aulas no Programa de Pós-graduação da COC e sou o editor científico da revista História Ciências Saúde, que é a principal publicação científica do gênero do Brasil. 

Fale um pouco mais sobre a história e o trabalho desenvolvido pela revista.

Ela começou como um caderno onde eram publicados artigos sobre a história das ciências da saúde, que com o tempo cresceu e passou a seguir todos os protocolos de uma publicação científica. É uma revista interdisciplinar, trimestral, dedicada à documentação e pesquisa em história das ciências e da saúde e divulgação científica. Atualmente recebemos artigos de pesquisadores de diferentes instituições do país e até mesmo do exterior. 

Depois que passamos a integrar a SciELO (Biblioteca eletrônica científica on-line, sigla em inglês), passamos a receber artigos em outras línguas, e também começamos a escolher 4 ou 5 artigos por edição que são traduzidos para o inglês na versão on-line. 

A revista é uma algutinadora, que dá visibilidade à área da história das ciências, uma área um tanto esquecida pelas ciências humanas. Se a COC foi uma alavanca para essa interdisciplinaridade, a revista é como uma caixa de ressonância neste processo. 

Quais são os maiores desafios enfrentados por você, tanto no passado como atualmente?

No começo o nosso principal problema era o espaço físico. Atualmente estamos bem quanto a isso, e também em termos de apoio financeiro, que recebemos tanto da Fiocruz quanto do CNPq. O nosso maior desafio atualmente é aumentar a visibilidade internacional da revista, e também a participação de pesquisadores de outras regiões, como Nordeste, Norte e Centro-oeste. 

Quais são seus objetivos?

Eu gosto muito do que faço e estou muito feliz com as atividades que exerço, do trabalho de pesquisa que desenvolvo. Meu objetivo é continuar com saúde para continuar fazendo este trabalho pelo maior tempo que eu puder. Com saúde, tudo é possível. 

Para você, o que significa trabalhar numa instituição como a Fiocruz?

A Fiocruz é uma instituição muito rica, que te proporciona contatos muito enriquecedores. Eu gosto muito de trabalhar aqui. É uma instituição respeitada, o que faz com que o trabalho desenvolvido por nós seja muito valorizado. Nós sentimos isso, essa efervescência. A diversidade e a riqueza que temos aqui é muito boa, e não é tão comum entre as instituições públicas brasileiras. 

Nesses anos vividos na Fundação, você tem alguma experiência interessante ou uma história marcante que gostaria de relatar?

Eu me lembro no início, quando a biblioteca principal da Fundação ficava no castelo, e os funcionários diziam que era possível ver o fantasma de Oswaldo Cruz circulando por lá. Ás vezes ficávamos até tarde na biblioteca, e algumas vezes as pessoas diziam te-lo visto passando. Você pode imaginar como o castelo podia ser assustador naquela época, com pouca iluminação, poucas pessoas por lá. Fora isso, todos os dias são experiências muito significativas, e é difícil lembrar de um acontecimento específico. 
Entrevista publicada em 23.02.2010 - Foto: Comunicação/Direh

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