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Foto: Carlos Alberto dos Santos Amaral

Carlos Alberto dos Santos Amaral

Há 10 anos em Biomanguinhos, Carlos Alberto atua no Departamento de Garantia de Qualidade da unidade. Apelidado pelos colegas de MacGyver, já criou diversas ferramentas e máquinas que são usadas diariamente pelo departamento. Nesta entrevista ele conta um pouco mais sobre sua história e suas invenções.

Há quanto tempo você está na Fiocruz?

Estou aqui há 10 anos.

Já trabalhou em outras unidades/setores?

Sempre estive em Biomanguinhos, trabalhando com calibração e validação dos equipamentos que são usados para esterilizar os produtos.

Qual a sua formação?

Sou técnico em eletrônica e instrumentação.

Quais atividades você desenvolve?

Eu dou suporte para a equipe que faz a calibração e validação dos equipamentos usados para esterilização, como autoclaves e outros equipamentos. Nós avaliamos o equipamento com sensores para garantir a qualidade dos processos de esterilização, que são fundamentais na produção de vacinas. Nosso trabalho é regular os equipamentos e testá-los.

Que experiências importantes você já viveu nesses 10 anos e gostaria de destacar?

Bom, tiveram momentos emocionantes, como quando fui homenageado no aniversário de 30 anos da unidade, e também em 2008, quando fui escolhido como o profissional do ano de Biomanguinhos. Foi uma história interessante, pois eu nem sabia que estava inscrito no prêmio, só me contaram alguns dias antes de eu recebe-lo, o que foi uma grande emoção. 

Fora esses dois momentos, tiveram outras experiências muito significativas. Por exemplo, quando cheguei aqui, não tínhamos equipamentos para fazer a medição de temperatura e umidade. Eu sempre gostei de, diante de uma dificuldade, correr atrás para superá-la, criar uma solução. Foi aí que eu criei a máquina que o pessoal apelidou de “robocop”, com madeira, ferro de solda e sílica, passamos a poder fazes essas medições. 

Foi aí que você ganhou o apelido de McGyver?

É, o pessoal inventou isso (risos). Teve uma época em que precisávamos de uma máquina para soldar os sensores de temperatura, e essa máquina custava cerca de 12 mil reais. A solda destes sensores tem que ser muito limpa, com o derretimento de dois metais diferentes, para não haver nenhuma alteração nas medições. 

Nós não tínhamos dinheiro para comprar a máquina de 12 mil reais, então usávamos uma solda emprestada, só que dependíamos da disponibilidade, o que acabava atrasando o nosso trabalho. Eu comecei a pensar e pesquisar sobre a solda, e aí, vendo um programa na TV sobre lâmpadas, tive a idéia de criar esta máquina de solda. Depois de muitos testes, conseguimos produzi-la, usando sucatas como resistência de chuveiro, carvão de pilhas, tomadas velhas, e encontramos a solução (clique aqui para ver a máquina). No total, ela deve ter custado uns 50 reais, e é utilizada até hoje. Os nossos fornecedores de equipamento já vieram falar comigo querendo comprar a máquina, outros colegas querem que eu registre a patente, mas ainda estou pensando nisso. Ainda quero aperfeiçoá-la, colocar um potenciômetro e outras coisas. 

Essa foi sua maior invenção?

Talvez. Nós também criamos um equipamento para calibrar as válvulas de segurança das autoclaves. Antes esse serviço era feito por uma firma, que cobrava caro para fazer a calibração, mas era muito comum acontecerem problemas logo depois. Pensando nisso criamos esse equipamento, e agora fazemos esse serviço aqui dentro, sem precisar contratar. Também fiz uma modificação nos equipamentos validadores das medições, que costumavam dar problemas de oxidação. Eu fiz uma modificação, coloquei os conectores do lado de fora, vedei melhor o compartimento, impedindo a entrada de umidade. Essa modificação também tornou o equipamento mais versátil, pois agora é muito mais fácil trocar os sensores, que antes eram soldados direto na placa. 

Atualmente estamos buscando cabos de silicone para produzir um outro tipo de sensor que também é muito utilizado aqui. Atualmente compramos por 3 mil reais cada um deles, mas quando começarmos a produzi-los vai custar uns 100 reais.

O que representa a Fiocruz para você?

Eu já trabalhei em muitos lugares, exercendo todo tipo de função. Aqui foi o único lugar em que trabalhei onde tive a liberdade de desenvolver projetos, mesmo com as dificuldades que temos. Em outras empresas que trabalhei nunca me deram as oportunidades que tive aqui. Eu venho para a Fiocruz todo dia tranqüilo, pois gosto muito do que faço, das pessoas que estão aqui comigo. Sem dúvida, é o melhor lugar que já trabalhei. Eu já fui chamado por uma outra empresa, que ofereceu um salário maior, mas eu não saí porque eu prefiro trabalhar com satisfação e a liberdade que tenho aqui. 

Entrevista publicada em 29.10.2009 - Foto: Comunicação/Direh

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